Esboço e Breve Reflexão
Um Breve Estudo No Livro de Naum
Titulo
1. Em Hebraico o nome Naum – נַחוּם (lê-se: naum) - significa – consolador, confortador.
2. Na LXX – Ναουμ - (lê-se: naoum) - e na Vulgata – Naum.
Em Português o titulo segue o mesmo título das Bíblias em Hebraico, Grego e Latim: Naum.
Autoria e Data
1. De acordo com o testemunho interno do livro e a tradição judaica, o autor deste livro foi Naum.
Este livro foi escrito no século VII, antes da data da queda de Ninive, capital do Imperio Assirio, que aconteceu em 612 a.C.
2. Naum 1:1.
Peso de Ninive. Livro da visão de Naum, o elcosita.
Notas Gerais
1. O nome de Naum só se encontra aqui no Antigo Testamento, neste livro.
2. O lugar de seu nascimento - Elcos, só é mencionado aqui.
3. Cerca de 150 anos após a pregacão do Profeta Jonas, Naum anuncia o fim de Ninive.
4. O arrependimento de ontem não serve para hoje. Essa é uma lição que precisamos guardar e viver. A confissão a Deus dos pecados cometidos ontem não serve para os pecados cometidos hoje.
5. Todos os dias precisamos confessar os nossos pecados e nos arrepender. Precisamos tomar a cruz todos os dias. Precisamos renunciar, todos os dias, o nosso "eu", o mundo e a Satanás.
6. Nínive se arrependeu e se humilhou perante o Senhor no tempo do profeta Jonas, o tempo passou, e eles voltaram a praticar os mesmos pecados.
7. A mensagem de juízo de Deus contra os ímpios, os que practicam a maldade, traz conforto para o servo do Senhor, que procura viver diante de Deus, fazendo o bem.
8. Naum 1:15 lembra Isaías 52:7. “Eis sobre os montes um mensageiro que traz boas novas, que anuncia a paz! Celebra as tuas festas, o Judá, cumpre os teus votos, porque o ímpio não tornará a passar sobre ti, ele é inteiramente exterminado.”
9.Este livro traz o sinal da inspiracão de Deus – “Assim diz o Senhor” – Naum 1,12; 2,12; 3,5.
10. O versículo chave deste livro é: Naum 1:7.
“O Senhor é bom, uma fortaleza no dia da angústia, e conhece os que confiam nele.”
11. Naum 1:8 fala do caráter de Deus, o que Ele é:
“O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em força e ao culpado não tem por inocente, o Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés.”
11.1. Deus é tardio em irar-se, o que significa paciente.
11.2. Deus é grande em força, o que significa Todo-Poderoso.
11.3. Deus não tem o culpado como inocente, o que significa que Ele é justo.
12. O livro de Naum fala de Deus como:
12.1. Juiz.
12.2. Da Sua sentenca.
12.3. Da Execucão da Sua sentença.
13. Naum entrega a mensagem de Deus com:
13.1. Convicção.
13.2. Ousadia.
13.3. Poder.
Pastor Washington Roberto Nascimento
Primeira breve introdução ao livro do Profeta Naum
Pastor Washington Roberto Nascimento
O livro do profeta Naum é uma visão que Deus lhe deu sobre o destino da nação Assíria, que era o terror de todos os povos nos séculos VIII e VII a.C.
A mensagem do profeta Naum nos ensina que não devemos adorar ou ficar intimidados pelas potencias mundiais como os assírios naquele tempo. No tempo de Naum as pessoas estavam com tanto medo dos Assírios que acabaram perdendo o foco em Deus, o Senhor.
Todos os reinos da terra são passageiros. Eles podem fazer bastante barulho em um determinado tempo com seus exércitos e armas, mas eles são transitórios e todos serão julgados pelo Senhor, pelos mesmos padrões aplicados a nós, o povo do Senhor. Assim sendo, os Assírios servem como um exemplo da soberania de nosso Deus sobre todos os povos.
Deus ama a justiça, a misericórdia e a humildade e aqueles que se afastam dos padrões éticos do Senhor, independente de onde estejam, cedo ou tarde, no tempo ou na eternidade, terão que prestar contas aquele é o Eterno.
Engam-se aqueles governantes que pensam possuir a imortalidade. São tolos e seus esforços são fúteis. Pensam que são eternos, mas são como a erva do campo, e a grandeza deles é como a flor da erva. A erva seca e a flor cai (I Pd. 1:24).
A mensagem de Naum é um grito de aleta contra povos e pessoas, que oprimem, exploram, fazem violência contra os outros para terem poder e serem temidos. Em um mundo como o nosso, marcado por esse estilo ninivita, a mensagem de Naum é bastante atual. Diante disso, a mensagem do juízo implacável de Deus sobre os que oprimem os outros, é uma boa notícia.
Vale a pena destacar Naum 1:7 - O Senhor é bom. Ele é fortaleza no dia da angústia e cuida daqueles que buscam sua proteção. Um forte abraço.
Pastor Washington Roberto Nascimento
Segunda breve introdução ao livro do Profeta Naum
Pastor Washington Roberto Nascimento
A maioria dos profetas israelitas previu o futuro para persuadir um comportamento melhor, mas Naum, em termos gerais, se concentrou no passado, com os pés no seu presente, e com o olhar no futuro vitorioso do povo do Senhor.
Na segunda parte do cânon da Bíblia Hebraica, conhecida como: Profetas נְבִיאִים – (Lê-se neviim) – que é a seção composta inteiramente de obras proféticas, encontra-se um livro profético curto e frequentemente esquecido chamado: Naum. Esse nome significa: conforto, consolo. A missão do profesta Naum tem a ver com o significado de seu nome. Ele é um profeta cuja missão, em termos gerais, não é julgar e condenar os israelitas por causa de suas transgressões e desobediência no presente. Sua mensagem não é anunciar as punições futuras contra Israel por causa de seus pecados. A missão do profeta Naum era ajudar o povo do Senhor a ver a mão orientadora, soberana e consoladora de Deus no curso da vida nacional e mundial.
De acordo com o texto, o Livro de Naum foi escrito por Naum, o Elcosita. Não se sabe, com certeza, se Naum era o nome real do autor, embora não haja razão necessária para duvidar disso. Elcosita provavelmente se refere a terra de origem de Naum, embora a sua localização no mapa seja desconhecida, pois esse local só se encontra mencionado aqui, em seu livro.
O livro de Naum é o que os estudiosos chamam de texto profético “menor”. Isso não significa que Naum seja menos importante do que os escritos proféticos “maiores” (Isaías, Jeremias e Ezequiel), mas sim que é mais curto em extensão. Naum também é um dos “Doze” — isto é, um dos doze textos proféticos menores que foram reunidos em um pergaminho. Não se sabe com certeza quando essa compilação ocorreu, embora tenhamos evidências de que Os Doze Profetas Menores foram reunidos pelo menos em meados do século II a.C., talvez antes.
O livro Eclesiástico, escrito por Jesus Ben Siraque, por volta do ano 180 a.C. cita (o livro) os 12 profetas, testemunhando, desta maneira, da existência desta obra do cânon judaico e de seus personagens como exemplos de fé corajosa (livro de Eclesiástico 49:12 - Eclesiástico, 49 - Bíblia Ave Maria - Bíblia Católica Online - bibliacatolica.com.br).
O famoso teólogo cristão, Santo Agostinho, da cidade de Hipona, hoje conhecida como Annaba, na Argélia, África - 354-430 d.C., faz uso do título: Os Doze Profetas Menores.
Naum celebra a queda de Nínive (612 a.C.), a capital da Assíria, que foi a superpotência responsável pela destruição do Reino do Norte de Israel em 722 a.C., e a quase profanação dos lugares sagrados de Jerusalém, capital do Reino do Sul (de Judá).
Eis algumas citações de Naum sobre Nínive:
Ai de Nínive, cidade cruel, cheia de mentiras e de violência, onde não faltam crimes! (Na. 3:1).
Nínive, a prostituta, está sendo castigada! Bela e encantadora, com as suas feitiçarias ela conquistava os povos e os prendia com a sua prostituição (Na. 3:4).
O Senhor Todo-Poderoso diz: Nínive, eu estou contra você. Vou tirar o seu vestido e deixá-la nua para que todos a vejam assim, para que vejam a sua desgraça.
Vou tratá-la com desprezo e cobri-la de sujeira; todos olharão para você horrorizados.
Todos os que a virem fugirão, dizendo: Nínive está arrasada! Quem terá pena de você? Onde vou achar quem a console? (Na. 3:5-7).
O profeta Naum descreve Nínive com metáforas proféticas de mulheres promíscuas, prostitutas espiritual, social e moralmente, que são despidas e até mesmo abusadas, como punição por suas transgressões.
Naum tem sido considerado por alguns como escritor de uma profecia “ex eventu — isto é, escrito "após o fato", ou neste caso, depois de 612 a.C., quando Nínive caiu. Mas não há unanimidade quanto a isso.
Há estudiosos que ensinam que os profetas bíblicos do Antigo Testamento sempre profetizavam de eventos futuros, principalmente quando se tem como base a pessoa do Senhor Jesus Cristo e os ensinos do Novo Testamento.
Porém, com base no contexto histórico do Antigo Testamento e no sentido do verbo hebraico profetizar - נָבָא – (navar) - o papel mais importante de um profeta não era prever um acontecimento futuro, mas pregar inspirado por Deus, para promover mudanças (arrependimento) na vida de seus ouvintes (e leitores) dentro do próprio tempo desse profeta.
Assim sendo, podemos dizer que os profetas bíblicos, em termos simples, são agentes de mudanças em termos espirituais e sociais. Eles, os profetas, são a boca de Deus, a voz de Deus e a voz do povo oprimido. Moisés, entre outros, foi um grande exemplo disso, pois falava em nome do Senhor e de Seu povo oprimido (Êx. 4:12).
Quando as autoridades eram insensíveis, surdas a voz profética, então os profetas faziam previsões futuras (geralmente terríveis). Moisés, nesse sentido, foi um profeta em seu tempo, e sobre Jesus falou (Dt. 18:15-19; At. 3:22; 7:37).
Podemos dizer que há problemas espirituais, sociais e ambientais em nosso tempo que nos lembram as mensagens dos profetas do Antigo Testamento. Caso as coisas ruins não mudarem agora, mais coisas ruins, que poderíamos chamar, também, de pragas — pobreza extrema, fome, enfermidades, violência, injustiça de toda sorte, crise financeira, aquecimento global, etc. acontecerão no futuro.
Naum, no entanto, é um profeta com uma abordagem diferente da norma geral dos profetas do Antigo Testamento. A mensagem do texto de Naum não é para os seus ouvintes mudarem o que estão fazendo para evitar que mais coisas ruins aconteçam. Em termos gerais, Naum passa para os israelitas, os seus contemporâneos, que eles estavam fazendo as coisas certas; o mundo contém o mal, mas somos bons e, no futuro, seremos recompensadores por sermos inabaláveis diante do mal do mundo.
Dessa forma, a teologia do profeta Naum se alinha mais prontamente com a teologia apocalíptica do texto do profeta Daniel. Em vez de afirmar que os israelitas devem mudar seus caminhos para superar a Assíria, Naum analisa a destruição da Assíria e vê a mão do Senhor corrigindo injustiças significativas dos Assírios. A Assíria é má; sua destruição prova que as coisas só vão melhorar para os israelitas, que estão do lado do bem.
Dessa forma, a mensagem principal do profeta Naum, como o significado do seu nome sugere, é de conforto e esperança. Os israelitas (o povo de Deus em geral) podem, e irão, com a ajuda de seu Deus, superar a tirania, a crueldade dos reinos deste mundo. O profeta Naum não nega a maldade deste mundo, mas fala com amor e esperança da sobrevivência miraculosa do povo do Senhor.
Isso não significa que o livro seja uma leitura fácil. No cenário encontramos a violência dos inimigos do Senhor e de Seu povo. O caminho para a sobrevivência não é fácil. Embora Naum tenha apenas três capítulos — um texto profético menor, de fato — cada linha tem uma profundidade incalculável.
Na Páscoa, quando os judeus celebram o Êxodo do Egito, eles derramam dez gotas de vinho para expressar simpatia, pena pelo sofrimento que os egípcios experimentaram quando foram castigados com as dez pragas, para que os israelitas pudessem ficar livres. Mas em Naum não há lugar para sentimento análogo, apenas uma apreciação completa pela destruição dos violentos ninivitas, inimigos cruéis de Israel.
O livro de Naum celebra a destruição daqueles que procederam com perversidade e injustiça. O livro fala do princípio: Aqueles que semeiam a maldade, colheram a maldade. Quem semeia vento, colherá tempestade (Os. 8:7).
Vamos semear o bem por amor ao bem. Um forte abraço.
Pastor Washington Roberto Nascimento.