A Borboleta

Data publicação 18/07/2013

A Borboleta

E quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revistir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: tragada foi a morte na vitória (I Coríntios 15:54).

Em todos os lugares por onde andei, encontrei borboletas. Há borboletas de diferentes tamanhos e cores. Elas são encantadoras.

Do ovo da borboleta nasce uma lagarta que cresce rapidamente. A seguir passa por uma fase de imobilização chamada crisálida, durante a qual não se alimenta. É da crisálida que nasce a borboleta. Todo este processo de renovação e transformação dá-se o nome de: metamorfose.

A transformação da larva numa borboleta é algo bonito e interessante, porém com muita dor. De dentro do casulo emerge a borboleta. Primeiro temos uma lagarta rastejante, mas em seguida, diante de nossos olhos, como um milagre, temos um inseto lindo voador, se movendo no ar em direção às flores e ao céu.

Conheci uma pessoa que, por algum tempo, me ajudou muito nos cultos tocando piano na igreja. Morava com seus pais, e estes, já idosos, recebiam de sua filha todo o cuidado, bem como o jardim e algumas árvores frutíferas que ali se achavam com suas borboletas.

Houve um tempo que sua mãe adoeceu. Foi diagnosticada com câncer.  Tanto o tempo que ficou em casa, quanto o tempo que passou no hospital, a mãe de nossa pianista recebeu de sua filha toda a atenção e cuidado e assim ela partiu: amada.

Alguns anos depois seu pai sofreu um AVC (acidente vascular cerebral).  Mais uma vez sua filha se apresentou para cuidar de seu querido e velho pai. Meses se passaram. E ele partiu. A luta foi grande, mas ela sempre procurou um jeito de conciliar a assistência ao seu pai e o trabalho na Casa de Deus.

Quase que imediatamente a pianista acamou.  Imobilizou-se como uma crisálida. Sem se alimentar ficou. Voou em direção as flores do jardim de sua casa, rumo ao céu.

Saudades desta irmã que tão cedo se encurvou, definhou, metamorfoseou. Mas nunca perdeu a fé, a esperança e o amor.

Bem-aventurada esta que desde agora dorme no Senhor. Que descanse dos seus trabalhos, e que as suas obras a sigam (Apocalipse 14:13). E que aquilo que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e aquilo que é mortal se revista da imortalidade.  (I Coríntios 15:54). Última fase da metamorfose da qual sentimos as dores de parto, mas com alegria aguardamos.

 

Pastor Washington Roberto Nascimento.