Crer para Ver a Glória de Deus

Data publicação 23/06/2014

Crer para Ver a Glória de Deus

 “Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?” (João 11:40).
 

No texto bíblico acima encontramos uma palavra chave no Evangelho de João: Crer, que ocorre aproximadamente cem vezes neste livro.

O propósito do quarto Evangelho é indicado objetivamente em seu final. Lá é dito que ele foi escrito para que os seus leitores pudessem crer que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que crendo tivessem vida em seu nome (João 20:30-31). Crer é ter fé (no grego é a mesma coisa), é confiar incondicionalmente na Soberania de Deus, em seu poder e amor.

Além da palavra crer, há uma expressão no texto bíblico acima que merece destaque. É uma frase chave no Evangelho de João: A glória de Deus.

A glória de Deus tem várias interpretações.  A seguir vamos destacar algumas.

Um dos sentidos da glória de Deus é poder, intervenção, providência divina.

Em Êxodo 16:6 e 7, nós lemos: “À tarde sabereis que o Senhor vos tirou da terra do Egito, e amanhã vereis a glória do Senhor”. Foi dentro deste contexto que o milagre do alimento aconteceu e o povo ficou saciado no deserto.

No Evangelho de João os milagres de Jesus manifestam a glória de Deus. “Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galileia e manifestou a sua glória e os seus discípulos creram nele” (João 2:11).

Além deste sentido de milagre, poder e providência divina, a Bíblia ensina que A glória de Deus significa, também, a presença de Deus.

Êxodo 24:16 – “E habitava a glória do Senhor sobre o Monte Sinai”.

Êxodo 25:8 – “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles”.

João 1:14 – “E o verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.

O verbo habitar, tanto no texto do Antigo Testamento quanto no texto do Novo Testamento é o mesmo do texto grego da LXX (Septuaginta – Bíblia em Grego do A.T. tradução do Hebraico para o Grego na cidade de Alexandria, Egito, por volta de 300 a. C, de acordo com a tradição judaica) e do texto grego do Novo Testamento Koinê.

Jesus é a concretização de tudo aquilo que anunciava o Antigo Testamento e que o tabernáculo e o santuário prefiguravam: a presença de Deus no meio de seu povo, a sua glória. Em Êxodo 40:34 e 35 é dito que a glória de Deus enchia o tabernáculo. O que significa a sua presença.

Com este sentido em mente podemos, também, orar pedindo que a glória do Senhor encha a nossa vida, casa e igreja.

Moisés orou pedindo ao Senhor que lhe mostrasse a Sua glória (Êxodo 33:18).  Mas o Senhor lhe respondeu dizendo que ele não poderia ver a sua glória senão através de uma fenda da penha.

No Novo Testamento aprendemos que o véu do templo se rasgou deixando claro que Deus não habitava mais em templos feitos por mãos de homens. Sua glória não habitava mais ali. Deus não estava mais ali como os judeus criam (Mateus 27:51).

Jesus é a glória de Deus, a Sua presença e tudo o que ela traz. No nascimento de Jesus, em seus ensinos, milagres, curas, morte, ressurreição e ascensão vemos, pela fé, a glória de Deus.

Mas só aquele que crê em Jesus como o Cristo, o Filho do Deus Vivo, poder ver a glória, a presença do Senhor, revelada em Jesus. Daí a importância da conjunção condicional “se”. Se creres verá a glória de Deus.

Ninguém é obrigado ou forçado a crer. O ato de crer precisa ser uma resposta humana livre. Um sim sem violência. Deus ainda espera  pacientemente.

Pastor Washington Roberto Nascimento.