Escalada e ex-calada
Eis duas palavras homófonas. Elas têm o mesmo som, mas significados e escritas diferentes. Elas contam, de maneira sintética, um momento crucial da vida de Abraão.
Elas falam da escalada e do (rompimento do) silêncio de Abrão ao longo da subida do Monte Moriá. Ao topo do monte, porém, ele fala. Diante da indagação de seu filho, ele não pode mais se conter.
“Pai? Sim, meu filho. Aqui está a lenha e o fogo, mas onde está o cordeiro?” (Gênesis 22:7).
Antes, principalmente, quando Isaque nasceu, Abraão tinha edificado altares festivos ao Deus Todo-Poderoso. Agora, porém, Ele é um Deus de quem Abraão deseja fugir, semelhante ao profeta Jonas.
Abraão pertence ao Eterno, embora no passado tenha se associado aos deuses pagãos da Babilônia. Mesmo querendo fugir da presença do Senhor, ele se sente obrigado a servi-lo. Abraão quer conhecer Javé, embora isto seja impossível. Ele é o Deus desconhecido (Atos 17:23).
Calada estava a sua alma. Escalada estava a montanha. De seus lábios nenhuma palavra. Mas ele cria que Deus era poderoso para ressuscitar Isaque (Hebreus 11:19).
“Cri, por isso falei” (Salmos 116:10). Como exemplo de fé, daquele que crê no impossível, Abraão rompe o seu silêncio:
“Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho” (Gênesis 22:8).
Montanha escalada. Fé confessada.
“Porque se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo” (Romanos 10:9).
Escale, você, também, a sua montanha. Com fé, tenha, também, ex-calada a sua alma, e assim confesse que Jesus é o Senhor, e que o Deus de Abraão, o El-Shadai, é o Todo Poderoso, que o ressuscitou dos mortos. E que, de forma semelhante, Ele tem livrado a sua alma da morte, os seus olhos das lágrimas e os seus pés da queda (Salmos 116:8).
E assim salvo, você terá, como Abraão, com certeza, um feliz amanhecer.
Pastor Washington Roberto Nascimento.