A Igreja e um de seus desafios

Data publicação 20/04/2012

A Igreja e um de seus desafios

“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2)

A cada dia que passa é mais desconfortável um cristão viver a sua fé em sua plenitude no lar, na escola, no trabalho e até mesmo na igreja. O conflito que o crente experimenta é crescente. Ou ele expressa apenas uma fé cultural, mas não radical, ou ele é taxado de ridículo, quadrado, extremado, fanático.

A religiosidade em nossa sociedade pode ser expressa na arte, na pintura, dança, literatura, mas não deve ir além de uma manifestação cultural, como o futebol, o carnaval etc. Eis o que a sociedade tolera. Nós cristãos estamos vivendo este tempo de crise aguda que se agiganta a cada dia. A nossa fé é apenas uma expressão cultural ou é produto de algo transcendental, metafísico?

O culto a Deus, a espiritualidade, tende a ser cerceada caso ela extrapole os limites impostos pelo Estado, pelo mundo secularizado. Os valores éticos da sociedade passam a ser os valores da Igreja.

A Igreja está proibida de funcionar como consciência moral do Estado, do mundo, das pessoas. O Deus único, Criador e Sustentador da Vida não tem lugar entre os homens e seus valores não serão ouvidos.

As normas a serem seguidas, inclusive de culto, ensino e pregação, serão as estabelecidas pelos poderes legislativo, judiciário e executivo. Os preceitos bíblicos ficarão ou já ficaram em segundo plano.

No meio desta pressão social e política que a Igreja sofre, muitos a abandonam e pretendem viver isolados, distantes da Igreja como se fosse possível a uma mão separar-se do corpo e ainda assim continuar viva. Há dedos que querem se desligar do corpo, como alguns membros da Igreja, se afastar dela, e andarem por aí criticando o corpo.

Ora, o cristão dá a vida pela Igreja porque sabe que ela pertence a Cristo. Ele trabalha e luta por ela, mas não a abandona, não a mata. O religioso é diferente. Ele tem zelo amargo. Fala mal da Igreja. Critica sem piedade. Persegue os seus irmãos que dele divergem. Agindo assim,  ele se alia ao Estado e desmoraliza e avilta o corpo de Cristo.

O religioso representa Paulo antes da conversão. O cristão faz lembrar Estevão. A conversão de Paulo é um dos maiores milagres. Creio ser mais fácil a conversão de um pecador do que de um religioso. A razão é simples. Este último pensa que está certo. O outro tem certeza que está errado.

Oremos pela Igreja. Oremos por nós, pela nossa união. Pela nossa conversão a Deus, e a Ele apenas, de todo o nosso coração, a fim de que inconformados com o mundo, não apenas nos transformemos, mas mudemos o mundo para que todos possam experimentar qual seja a boa e perfeita vontade do Pai.

Pastor Washington Roberto Nascimento.