A Vida em face da Morte de Jesus
“Eu dou a minha vida, ninguém a tira de mim, pelo contrário, eu espontaneamente a dou“ (João 10:16, 17).
A morte de Jesus não foi algo simples, mas complexo. Sua leitura não é tarefa fácil. Ele não caminhou ingenuamente em direção à morte. Não a buscava, contudo, não fugia dela. Não a queria, mas a ela se submeteu com plena consciência porque sua morte era vida.
A morte de João e de todos os profetas não era algo que Jesus ignorasse. Porém, esta experiência de partida não era vista por ele apenas como uma fatalidade biológica. Mas com o seu compromisso com a justiça, com o amor e com a vontade do Pai. Sua vida foi à sombra da morte.
Ele foi fiel a Deus e aos homens. Tinha uma missão para cumprir. Fê-lo dando a sua vida. O caminho da libertação de todos os homens, até dos opressores, passava por seu sacrifício, por sua morte que produzia vida.
Ele é oprimido, na esperança de que as pessoas conheçam a libertação. Ele sofre a injustiça, para que a pessoas possam praticar a justiça. Conhece a violência, mas em nenhum momento a prática. Ele prega a paz.
Jesus, com sua vida e morte, revela o paradoxo. Ele é odiado, mas ama. É oprimido, mas liberta. É traído, mas permanece fiel. É excluído do meio dos homens, mas a todos acolhe.
A morte não impede Jesus de viver e proclamar as boas novas, o perdão e a libertação. Ele não morre, mas doa a vida. Toda a sua mensagem e todos os seus atos, que traziam vida, anunciavam também a morte. A cruz de Cristo virou motivo de glória.
“Mas longe esteja de me mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo” (Gálatas 6:14). Sua morte, por mais contraditório que soe, é vida, é vitória. Assim sendo, vamos celebrar a páscoa. O cordeiro de Deus cuja morte trouxe vida.
Ecce agnus Dei qui tollis peccata mundi – Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. E como o faz? Com sua morte, com sua vida.
Pastor Washington Roberto Nascimento