As Palavras

Data publicação 09/03/2012

“E a palavra se fez carne” (João 1:14). 

Nós usamos as palavras para descrever os nossos sentimentos, pensamentos e ações. Dependemos das palavras para tudo. Contudo, nós não estamos satisfeitos com elas. Cremos que elas sejam pobres, limitadas, inadequadas e insuficientes.

O que dizer sobre o amor? O que falar sobre a dor? Como descrever a saudade?  Na ansia de comunicar e se expressar, fazemos uso das palavras. Não conseguimos viver sem elas.

Tropeçamos quando as usamos.  Erramos.  Falamos coisas estúpidas. Aí, então, mais uma vez fazemos uso delas para pedir desculpas ou dizer que sentimos muito.

Temos uma relação de amor e ódio com a palavra.  Ela é agridoce. Ácida e doce a um só tempo. Agradável e azeda. Somos viciados e dependentes dela. Por ela somos salvos, mas por ela, também, somos condenados. Ela é fonte de alegria e dor.

A palavra revela e oculta. Ela é também um espelho que apenas reflete uma imagem de algo que vai além dela mesma. Ela é um meio e não o fim.

Até para explicar a palavra eu preciso das palavras. Embora, eu bem que gostaria de fazer silêncio.

Somente quando a Palavra se fez carne e habitou entre nós, é que, de fato, pudemos ver a sua glória e verdade. Mas aí ela não era mais uma palavra.

Pastor Washington Roberto Nascimento.