Jesus em defesa da mulher

Data publicação 29/02/2020

Jesus em defesa da mulher

A Propósito do Dia Internacional da Mulher

Há vários textos na Bíblia que mostram Jesus se posicionando em defesa da mulher. Ele fez mais para elevar o status das mulheres a uma posição de alta honra e respeito do que qualquer homem vivo ou morto (Jo. 4:1-41; 19:25-27; Lc. 7:36-50).

Ao falar sobre o divórcio, por exemplo, ele estava protegendo a mulher contra os abusos e os absurdos praticados contra ela naquele tempo.

“O homem que mandar a sua mulher embora, a não ser em caso de adultério, erra.” (Mt. 19:9).

No primeiro século um homem podia se divorciar de sua esposa por qualquer motivo. Este era o pensamento dominante e defendido pelo rabino Hillel (que foi bisavô de Gamaliel, o mestre de Paulo - At. 5:34).

A palavra de Jesus sobre este assunto precisa ser compreendida à luz de seu contexto cultural e histórico. As mulheres naquele tempo viviam em uma sociedade patriarcal onde os homens detinham todo o poder, autoridade e privilégios. As mulheres não sobreviviam com dignidade longe da proteção do pai, ou do marido ou de um filho. Eis uma das razões de Jesus ressuscitar o filho único da viúva de Naim (Lc. 7:11-15).

Os maridos no tempo de Jesus, em termos gerais, dominavam, intimidavam, abusavam e expulsavam suas esposas de casa por qualquer motivo. Em assim fazendo, elas eram condenadas a mendicância e a prostituição.

Diante da opressão que as mulheres sofriam, o ensino de Jesus sobre o divórcio é, na verdade, uma palavra de resgate da dignidade delas. Jesus se coloca contra o opressor e a favor do oprimido. É sobre isso que Sua Palavra trata. Aliás, esta é a razão de Sua vinda a terra: buscar e salvar o que se havia perdido (Lc. 19:10).

Em nome de Deus, ao longo da história, muitos religiosos julgam, condenam, queimam e apedrejam. Eles não fazem isso apenas baseados em preconceitos sociais ou moralistas, mas citando a própria revelação divina: “na lei mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas, tu, pois, que dizes” (Jo. 8:5; Lv. 20:10; Dt, 22:22).

Jesus não nega a culpa da mulher, mas ele a perdoa. Ele a liberta da situação de inferioridade, de condenada perante aqueles que a denunciavam. “Ninguém te condenou? Nem eu te condeno. Vai e não peques mais”.

Jesus apaga a culpa consciente daquela mulher, mas torna consciente a culpa ignorada de seus acusadores. Diante de Deus não há culpados e justos, só há culpados, carentes de Sua graça. É inútil perguntar quem está certo, se a mulher ou os seus acusadores. Jesus está certo. Diante dele todos estamos errados. Erramos o alvo, a hermeneutica, a exegese.

Jesus se coloca ao lado da mulher indefesa e oprimida. Sua agenda tem sido cumprida. Ele foi escolhido pelo Seu Pai para levar boas novas aos pobres, anunciar liberdade aos presos, dar vista aos cegos, libertar os que estão sendo oprimidos (Lc. 4:18).

Como seria bom caso parássemos de apontar o dedo acusador contra o nosso próximo! Como seria bom caso aprendêssemos a orar como o publicano (Lc. 18:9-14): "Ó Deus, tem misericórdia de mim".

Pastor Washington Roberto Nascimento.