Metusalém
“E foram todos os dias de Metusalém 969 anos, e morreu” (Gn. 5:27).
Todas as pessoas que já estudaram a Bíblia se lembram de Metusalém como o mais velho homem que já viveu na terra.
Metusalém poderia ter vivido mais caso não houvesse o dilúvio. Ao que tudo indica ele morreu no ano do dilúvio e por causa dele.
Vejam bem: Metusalém tinha 187 anos quando Lameque nasceu (Gn. 5:25). Lameque tinha 182 quando Noé nasceu (Gn. 5:28-29). Noé tinha 600 anos quando o dilúvio veio (Gn. 7:6). Somando estes números nós temos 969 anos, a idade em que Metusalém morreu, e com base nestes cálculos, podemos dizer que ele morreu prematuramente. Ele poderia ter vivido mais caso não fosse o dilúvio.
De acordo com a tradição judaica Metusalém morreu sete dias antes do dilúvio baseados em Gênesis 7:10.
Metusalém é um símbolo de longevidade. A longevidade é apresentada na Bíblia como uma bênção do Senhor: “Eu o presentearei com uma vida longa, e a você mostrarei a minha salvação” (Sl.91:16).
Erramos quando pensamos na vida aqui na terra como um castigo, como se aqui fosse um vale de lágrimas. A vida aqui na terra é um presente de Deus, uma rica experiência. É por isto que deveríamos tudo fazer para conquistar um corpo e uma mente saudáveis. A devassidão encurta a vida e compromete a sua qualidade. O mesmo se poderia de dizer da falta de cuidado com o corpo, a mente, o coração e o espírito.
A dádiva da longevidade que Deus quer dar aos seus filhos pode ser atirada no lixo. Pecamos quando não cuidamos de nosso corpo. Não é certo deixá-lo ficar tão frágil a ponto de perder toda a resistência necessária para envelhecer com saúde.
Metusalém teve muitos anos de vida, mais do que qualquer outro na terra. Mas longevidade não é tudo. É preciso quantidade com qualidade. O seu pai, Enoque, viveu apenas cerca de um terço de seus anos. Mas deixou um legado muito maior para a posteridade. Ele foi além de simplesmente nascer, gerar filhos e morrer. Ele andou com Deus (Gn. 5:21-24).
É assim que descobrimos que uma vida pode ser significativa mesmo não tendo longevidade. Não basta ter recorde de anos. Quantidade não é tudo. É mister profundidade e altura. Não podemos ter uma existência apenas na superfície. Viver na superficialidade - isto é, com pouca importância, utilidade - é uma miséria.
A longevidade na Bíblia, principalmente no Livro de Gênesis (capítulo 5), é um fato que não podemos negar, mesmo que evoquemos os meses lunares. Podemos ter alguma diferença do calendário atual, mas não comprometedora, pois um mês lunar dura, cerca de, 28 dias.
Ao que tudo indica nosso corpo foi feito por Deus com capacidades de longevidade, mas por causa do pecado adoecemos e morremos mais cedo (Gn. 6:3; Sl. 90:10). É claro que isto não deve ser tomado literalmente. Pode haver variação de idade entre algumas pessoas, mas, em termos gerais, o que a Bíblia ensina é a verdade.
Semelhante a um lago ou rio, precisamos não apenas de extensão, de longevidade. Sem profundidade um lago e um rio correm o rico de secarem, estagnarem, morrerem em face de qualquer seca. Eles precisam de profundidade para que ganhem mais riqueza e significado. A nossa vida é semelhante. Não basta a dimensão longitudinal (a longevidade), o comprimento em termos de anos de vida. É preciso a dimensão vertical.
Pastor Washington Roberto Nascimento.