Natal
“Achareis o menino em volto em panos, e deitado numa manjedoura” (Lucas 2:12).
Natal é uma palavra que significa mais do que pensamos. Ela vai além de si mesmo. No natal Deus revela a sua face. Um rosto que não conhecíamos se dá a conhecer. Antes fazíamos perguntas para Deus: por que sofremos? Por que há tantos pobres na terra? Por que há tanta injustiça social? Por que há tantos muros separando tantas pessoas?
No natal faz-se silêncio. Não há mais perguntas, mas espanto. Deus se fez criança. Ele também sofre. Ele se junta aos homens como um igual. Ele é homem de dores. Ele, também, é pobre. Experimenta a porta fechada. Ele sofre a rejeição. Ele sabe o que é traição.
A despeito de toda a secularização do natal, apesar de todo o apelo material, esta data nos fala de algo imaterial, espiritual, metafísico. Ele é mais caro e rico de que todos os brinquedos e enfeites, porém encontra-se acessível a todos. Ele proporciona mais alegrias do que todos os banquetes e festas, porém ele não é droga nem bebida alcoólica. Ele brilha mais do que todas as luzes e bolas. É o silêncio mais sonoro do que todas as músicas. Finalmente a oração de Moisés foi atendida: “Senhor, rogo-te que me mostre a tua glória” (Êxodo 33:18).
Deus se encarnou. Eis a mensagem do natal. Mas olhem para ele. O Todo-Poderoso se fez todo frágil. O Santo se fez pecado. O imortal se tornou mortal. O divino, agora é humano. O rico se fez pobre. A eternidade entrou no tempo.
Natal é a loucura de Deus que aniquila as pretensões dos homens. Ele não escolheu nascer em Roma, onde habitava o poder humano; nem em Atenas, berço da sabedoria; nem em Jerusalém, centro religioso. O Filho de Deus nasce numa pequenina vila, num presépio, numa manjedoura, cercado de animais.
Os que têm corações abertos e ouvem a voz interior vão ao seu encontro, pois escutaram o seu chamado. Diante de um bebê, com os seus braços pequenos e enfaixados, os pastores lhe prestam louvores; os magos lhe ofertam dádivas.
Deus veio ensinar os homens a viverem como homens e com homens em dignidade. Mas os homens querem ser Deus e neste afã escravizam os outros homens e se tornam cativos do mundo, esquecidos de que aqui não viverão para sempre. Estes ainda não sabem o que é natal. Que este não seja o seu caso. Eis a minha oração.
Feliz Natal!
Pastor Washington Roberto Nascimento