O grande salto

Data publicação 28/04/2011

Anualmente celebramos a páscoa. Esta palavra, no hebraico, literalmente, significa “saltar”.

O anjo da morte entraria na casa, no seio da família, e traria dor e tristeza tirando a vida do primogênito daquele lar. Mas, caso ele visse o sangue do cordeiro na porta, ele saltaria sobre aquela casa e não traria nenhum dano aquela família.
Ao crer na Palavra do Senhor, ao obedecer ao Eterno, ao imolar o cordeiro e tomar o seu sangue e espargi-lo na entrada de sua casa, os moradores daquele lar também estavam dando o  salto da fé.
À semelhança do salto kierkegaardiano precisamos também dar o pulo da fé, o salto no escuro, porque não o vemos, mas sabemos, pela fé, que Ele, o Eterno, encontra-se lá a nos esperar e pronto para nos acolher em seus braços paternos.
Ouvimos a sua voz a nos dizer: Pula, solta, e de repente nos encontramos entre o céu e a terra, a voar como águia, na certeza da fé, que Javé encontra-se do outro lado, depois da terra, do deserto, do rio, do mar, da cruz, da morte, e assim nós nos lançamos em direção a Ele, cuja voz ouvimos, cujo chamado atendemos.
É assim que neste grande salto descobrimos a vida, a ressurreição, a existência transcendental, metafísica.
Há muitos que preferem a segurança da terra, do chão, do sólido, do concreto, da matéria e assim, estes se recusam a saltar, a pular em direção do nada, que é tudo; das trevas, que é luz, do vazio, que é pleno.
É o paradoxo. É o contradito. O leão se transformou em cordeiro, o rei virou servo, o santo se fez pecado por nós.
Ainda hoje precisamos do sangue do cordeiro nos umbrais de nossas portas. Mais do que alarmes, câmaras e campainhas. Precisamos da proteção do cordeiro. Que a morte não tenha lugar em nossas famílias. Os mensageiros da morte se multiplicaram. Eles tiram a vida.
Que os nossos lares possam dar o grande salto, o salto da fé em direção daquele que edifica a casa e salva a família.
Pastor Washington Roberto Nascimento.