Quem eu sou?
“Depois Jesus e os discípulos foram para os povoados de Cesaréia de Filipe. No caminho, perguntou: Quem o povo diz que eu sou?” (Marcos 8:27).
Queremos saber quem é Jesus e queremos, também, saber quem somos e qual a razão de nossa existência. Este é um processo lento e difícil.
A princípio tomamos consciência de nossa identidade. Temos um nome, família, características físicas, biológicas, psicológicas, sociais e econômicas. Não poucas vezes revelamos grande irritação diante de todos estes fatos. Protestamos. Às vezes acabamos nos ajustando ou nos desajustando à realidade. Jesus, também, viveu este momento ao longo de seus primeiros anos de vida.
O segundo passo em nossa tomada de consciência diz respeito a nossa missão aqui na terra. Nossa profissão, nossa vocação é algo muito importante. Serei um professor, um médico, um militar, um pastor, um advogado, um jogador de futebol. Eis o que precisamos decidir enquanto crescemos, ainda adolescentes ou jovens. Muitas vezes não conseguimos concretizar o nosso sonho.
Jesus, também, viveu este momento. Ele, em certa hora, tomou consciência de que sua missão era ser não apenas um carpinteiro como o seu pai, mais do que um mestre, ele seria o messias.
O terceiro estágio nesta tomada de identidade encontra-se ligado com a luta que travamos para determinar que tipo de profissional, ser humano, pai ou mãe queremos ser. Eis o adulto.
Que valores vão marcar a nossa existência? Qual será a nossa bandeira? Tempo é dinheiro? O fins justificam os meios? Em busca de fama e poder?
Em seus dias Jesus encontrou várias propostas interessantes sobre o messias. Alguns criam num messias político, guerreiro, revolucionário, nacionalista. Bem, havia os gostos mais variados.
Jesus decepcionou muita gente. Ele escolheu ser o messias descrito pelo profeta Isaías: O Servo sofredor. Ao invés de se servir dos outros, ele escolheu servir os outros em nome do Pai e pelo poder do Espírito.
Jesus, no último estágio de sua identidade, se revela como um mestre bondoso para com aqueles “alunos” que a religião, o estado, a cultura vigente julgavam inaceitáveis. Ele escolheu estabelecer um Reino cuja principal lei seria o amor.
Seus princípios eram paradoxais: é perdendo que se ganha, é morrendo que se vive para a vida eterna. Foi assim que Jesus se tornou o nosso cordeiro pascal: em fazendo-se servo, fez-nos livres; com sua morte, deu-nos vida; com sua pobreza, enriqueceu-nos a todos.
Será que o mundo compartilha o mesmo sonho? Jesus quer saber. Quem o povo diz que eu sou? Será que a sua Igreja tem a mesma consciência de missão que o seu Senhor? E vocês, quem vocês dizem que eu sou? Será que sabemos a resposta?
Pastor Washington Roberto Nascimento.