A mordomia em uma família cristã

Data publicação 14/05/2022

A mordomia em uma família cristã

Pastor Washington Roberto Nascimento

Provérbios 8:10

“Aceite os meus ensinos em vez de prata e o meu conhecimento em lugar de ouro puro”.

O texto bíblico acima não quer dizer que a prata, o ouro, isto é, os recursos materiais devam ser desprezados. Não. De maneira alguma. A ideia é que não devemos permitir que o ouro seja mais importante em nossa vida do que o conhecimento, o saber, o ensino. Pois é a través do conhecimento que fazemos bom uso do ouro. Sem conhecimento certamente perderemos todo o ouro deixado pelos nossos pais.

Bons mordomos são pessoas que fazem escolhas certas, escolhas baseadas em valores não apenas monetários, mas espirituais, morais, intelectuais. Um bom mordomo é: 1. Confiável (II Rs. 12:15; I Co. 4:2); 2. É fiel, dedicado, aplicado, no muito ou no pouco (Lc. 16:10); 3. Um bom mordomo serve as pessoas, quaisquer que sejam elas, como se estivesse servindo a Deus (Cl. 3:23-24; Sl. 24:1).

Bons mordomos procuraram ser bons gestores não apenas de coisas, de recursos materiais, financeiros, mas, também, de recursos humanos e espirituais, de pessoas, de seu tempo (Ef. 5:15-16), de suas chances, de suas oportunidades.

A mordomia, tema de nosso estudo de hoje, não diz respeito as vantagens que certos empregados têm de seus empregadores ou em seus trabalhos.

A mordomia a que nos referimos diz respeito ao uso e a administração dos bens materiais e espirituais, concretos e abstratos, recursos humanos e financeiros, com inteligência e sabedoria.

A gestão ou administração holística é importante. Isto é, não basta cuidar da dimensão espiritual e considerar profana a administração financeira.

É o amor ao dinheiro que é a raiz de todos os males, e não o dinheiro em si (I Tm. 6:10).

Na administração financeira sob uma perspectiva espiritual, bíblica, com a sabedoria de Deus, com equilíbrio, passamos tanto o que temos, com cuidado, como o que somos.

A administração sábia dos recursos financeiros e materiais em geral, pode ajudar, e muito, a vida com qualidade no lar entre marido e esposa, pais e filhos.

Uma má administração dos recursos financeiros e materiais da família pode prejudicar: 1. A comunicação entre todos dentro do lar; 2. Pode prejudicar o desempenho acadêmico de quem estuda; 3. Pode prejudicar a performance de quem trabalha; 4. Pode prejudicar a vida espiritual de oração, estudo bíblico e participação na igreja; 5. Pode prejudicar todas as áreas da vida individual e familiar.  

A administração inteligência das finanças do lar tem como princípio o seguinte: 1. Não gastar mais do que recebe; 2. Não gastar tudo o que recebe; 3. Economiza, mesmo que seja pouco, todo mês (dentro do possível); 4. Busca discernir o que é necessário daquilo que é bom, bonito, útil, etc. Há muitas coisas que são bonitas, boas, úteis, mas que não são necessárias. Quando vamos comprar alguma coisa, um dos princípios básicos e fundamentais para não endividarmos é o princípio de comprar o que é necessário.

A mordomia é um tema presente em toda a Bíblia, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento.

Os nossos primeiros pais tinham a missão da mordomia dada pelo Senhor. A Bíblia diz que o Senhor Deus pôs o homem no jardim do Éden para cuidar dele (Gn. 2:15). Adão e Eva precisam cuidar da terra e um do outro. Fomos criados para cuidas de coisas e pessoas com sabedoria e segurança.

José, o filho de Jacó, foi um exemplo de bom mordomo e de boa mordomia (Gn. 41:33-38).  Soube usar os recursos de hoje de maneira tal que não lhe faltasse no futuro. Pensou não apenas em si, mas coletivamente. Nós não somos uma ilha. Ninguém vive só para si (Rm. 14:7). Precisamos de sabedoria e equilíbrio em nossa vida, para levar em conta o próximo e o amanhã, porque não sabemos o que no amanhã nos espera.

Jesus contou a história do mordomo fiel e prudente (Mt. 24:45-51). O bom mordomo sabe cuidar de coisas, de pessoas e de si mesmo.

Concluindo, gostaríamos de dizer que todos nós podemos aprender a arte de sermos bons mordomos, gestores: 1. De pessoas; 2. Do tempo; 3. Dos recursos financeiros e materiais em geral; 4. Dos dons e oportunidades espirituais e humanas; 5. Etc.

Para aprendermos a sermos mordomos seguros e aprovados diante de Deus e dos homens: 1. Precisamos de humildade; 2. Autocrítica; 3. Fé/confiança em Deus e na Sua Palavra; 4. Perseverança; 5. Amor a Deus e ao próximo e a nós mesmo.

Que Deus nos abençoe. Um forte abraço.

Pastor Washington Roberto Nascimento