A união do povo de Deus
Pastor Washington Roberto Nascimento
Salmo 133
Oh! (Vejam - הִנֵּה – lê-se: riner -) Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!
É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes.
Como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre.
Introdução
O salmista faz uma comparação. Ele usa a palavra: como - מה – (lê-se: mar) - Ele quer mostra as semelhanças que há entre a unidade, a união, a comunhão do povo de Deus como o óleo e o orvalho.
O salmista compara a união do povo de Deus, a unidade - יַחַד - (lê-se: yarrad) - com duas coisas:
1ª coisa – Óleo - שֶׁמֶן – (lê-se: shemen) – este óleo é para a luz na casa de Deus, para a unção, e para perfumar (Êx. 25:6).
No texto bíblico original de Êxodo 25:6, nós temos a palavra óleo - שֶׁמֶן – (lê-se: shemen) – duas vezes, e na segunda vezes temos no texto um vav conjuntivo - conjunção no hebraico, equivalente a conjunção aditiva em Português: e – unindo a palavra o óleo ao que segue no texto bíblico.
A tradução de Êxodo 25:6 é: óleo - שֶׁמֶן – para a luz, balsamos do óleo - שֶׁמֶן – da unção e - וְ – (lê-se – vê – é o vav conjuntivo na gramática hebraica) do perfume agradável.
É impressionante como o texto de Êxodo 25:6 fala sobre o óleo e seu uso para: iluminar, ungir e perfumar. Este ensino encontra-se presente em toda a Bíblia e que também fala sobre o uso do óleo como recurso medicinal para curar a feridas (Êx. 30:28-29; Lc. 10:34; Tg. 5:14).
Esta palavra – óleo - שֶׁמֶן – (lê-se: shemen) - aparece 193 vezes no texto hebraico do Antigo Testamento. Esta é a palavra que aparecem em I Samuel 16:13, quando Davi foi ungido por Deus rei de Israel, com óleo - שֶׁמֶן – (lê-se: shemen).
Esta palavra hebraica – óleo - שֶׁמֶן – (lê-se: shemen) – foi traduzida na LXX (Septuaginta) como - ἔλαιον – (lê-se: élaion) – e aparece 11 vezes no texto original grego do Novo Testamento.
Na casa do fariseu, Simeão, Jesus lhe disse que ele não havia ungido a sua cabeça com - ἔλαιον – (lê-se: élaion - Lc. 7:46). Na parábola que Jesus contou, o bom samaritano cuida do homem ferido com óleo - ἔλαιον – (lê-se: élaion - Lc. 10:34). Em Hebreus 1:9, o escritor bíblico diz que Jesus foi ungido por Deus, o Pai, com óleo - ἔλαιον – (lê-se: élaion) – de alegria.
Que comparação extraordinária!
O óleo que simboliza o Espírito Santo, o óleo que aponta para Deus, para o revestimento de autoridade de Deus; o óleo que tem a ver com a unção do Senhor; esse óleo que unge, capacita, cura, ilumina e perfuma. Óleo precioso. Assim é a união do povo do Senhor.
2ª coisa – O orvalho que desce sobre os montes de Sião que faz com que o solo fique verde, bom para a plantação, para dar frutos, para gerar um clima agradável.
Nas regiões onde chuvas são escassas, como Israel, o orvalho exerce importante papel de umidificação dos terrenos. Ele é fundamental para manter o solo fértil. Assim é a unidade, a união, a comunhão do povo de Deus. Quanto mais união, mais frutos para a honra e glória do Senhor.
A união, a unidade do povo do Senhor, quando comparada ao orvalho, aponta para o caráter de refrigério, de suavidade, de alívio do calor, das altas temperaturas que nos deixam cansados, exaustos, sem ânimo.
O orvalho que vem do alto céu, sobre a terra, embaixo; assim também é a união entre os crentes: é um presente de Deus, dos céus, sobre os homens crentes aqui na terra.
Assim como o orvalho desce silenciosa e imperceptivelmente, até cobrir toda a face do solo, assim é também a obra do Espírito Santo na vida do povo do Senhor promovendo a união. Sua ação é silenciosa e imperceptível aos ouvidos e olhos humanos.
O óleo e o orvalho são figuras de linguagem e são usados pelo escritor bíblico para falar da importância, do valor e da beleza da união do povo de Deus.
Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!
É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes.
Como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre.
1. A união é possível por causa das coisas em comuns entre algumas pessoas, isto é, união limitada por essas coisas comum:
1.1. Sexo
1.2. Idade
1.3. Casado ou solteiro
1.4. Recursos financeiros
1.6. Profissão
1.7. Escolaridade
1.8. Partido político ou candidato político
1.9. Time de futebol
1.10. Etc.
2. A união é possível apesar das diferenças por causa do poder, da graça de Cristo Jesus (Gl. 3:28; Ef. 2:14-16)
2.1. Sexo
2.2. Idade
2.3. Caso ou solteiro
2.4. Recursos financeiros
2.6. Profissão
2.7. Escolaridade
2.8. Partido político ou candidato político
2.9. Time de futebol
2.10. Etc.
3. A união é possível por causa Jesus Cristo
3.1. Jesus é o autor da reconciliação entre os homens e Deus
3.2. Jesus é o autor da reconciliação entre os próprios homens.
3.3. II Coríntios 5:17-20; Efésios 2:13-19
Conclusão
O Salmista disse que quando o povo de Deus vive em união isso é bom e agradável.
A palavra hebraica para bom é: - טוֹב - (lê-se: tov). E a palavra hebraica para agradável no texto bíblico original é: - נָעִים – (lê-se: nayim). Aprendemos na Bíblia que Deus é bom e sua vontade é agradável, e que louvá-lo é agradável. É isso que lemos nos Salmos 135:3 e 147:1. São as mesmas palavras do texto hebraico original do Salmo 133:1. No Novo Testamento, em Romanos 12:3, aprendemos que a vontade do Senhor é boa, perfeita e agradável. E foi Jesus quem orou ao Pai pedindo que fossemos um como Ele e Pai são um, para que o mundo pudesse crer nele como aquele que o Deus enviou ao mundo (Jo. 17:21).
Quando o povo do Senhor vive em união suas famílias são abençoadas, a igreja é abençoada, o país é abençoado e cada pessoa que faz parte do povo de Deus é abençoada. Há cura, há frutos, há alegria, há um ambiente favorável. Não há testemunho melhor ou maior, mais poderoso do poder e do amor de Deus para o mundo do que a união do povo do Senhor. Vamos trabalhar pela união, vamos viver em Cristo, cheios do Espírito Santo, revelando os frutos do Espírito Santo (Gl. 5:22), para a honra e glória de Deus.
Sem unidade, não adianta doutrina, louvor, cânticos, obras sociais. Tudo fica prejudicado, comprometido, quando não há unidade no meio do povo de Deus.
O Salmo 133 termina dizendo que ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre. Creio que a referência seja não apenas em relação ao lugar, Sião, Jerusalém, o Templo, a Casa.
O sentido da bênção e vida que procedem de Deus, não está limitado a um lugar: Sião. Não apenas ali o Senhor dá a bênção e a vida, mas, também, igualmente, na união do povo de Deus.
Quando vivemos em união há bênção e vida, e quando não vivemos em união, como o próprio Senhor Jesus Cristo disse, a casa dividida é devastada, arrasada e destruída (Mt. 12:25). Sem união o lar, a igreja, as pessoas não terão bênção, não terão vida.
Podemos, devemos e precisamos viver em unidade a despeito da diversidade, das diferenças. As mãos são diferentes dos pés, mas precisam viver como uma unidade, em união. Os dedos de uma mão não iguais, mas todos são igualmente importante e vivem em unidade. Quanta diversidade em nosso corpo e quanta unidade, união, ao mesmo tempo! A unidade do corpo encontra-se no fato de que há apenas uma cabeça. Em nossas vidas, a cabeça é Cristo (Ef. 4:14-15; Cl. 1:18).
Não nos afastemos. Vamos dar as mãos. Vamos nos unir, ajudar uns aos outros. Vamos colocar Jesus Cristo em primeiro lugar, pois assim seremos bênçãos.
Na unidade somos bênção, somos vida. Há bênção, há vida, quando temos uma família unida, marido e esposa, filhos e pais, irmãos, a igreja unida, há beleza, saúde, bênção. Vamos construir a unidade com o poder do Espírito Santo em nome de Jesus, para a honra e glória de Deus.