O aconselhamento pastoral – questões para reflexão sobre o seu significado e ofício.

Data publicação 17/10/2023

O aconselhamento pastoral – questões para reflexão sobre o seu significado e ofício.

Pastor Washington Roberto Nascimento

1. O aconselhamento pastoral precisa acontecer com base nos ensinos bíblicos.

2. O aconselhamento pastoral deve ajudar as pessoas em seus relacionamentos com Deus, com o próximo e com elas mesmas.

3. O aconselhamento pastoral tem como pressuposto o ofício do pastor, é parte importante de seu trabalho, de sua ocupação, de sua missão.

4. O aconselhamento pastoral trata das experiências humanas mais traumáticas e complexas, exigindo do pastor uma atitude de respeito e compaixão.

5. O aconselhamento pastoral requer do pastor a capacidade de saber ouvir e interagir com as pessoas que o buscam para serem aconselhadas.

6. O aconselhamento pastoral tem cuidado com uma postura ética: cuidado com o que ouve e a importância do sigilo, do segredo; cuidado com aproximação muito íntima em termos físicos; cuidado com o vocabulário que possa ser mal interpretado ou até mesmo usado contra a honra do conselheiro; etc.

7. O aconselhamento pastoral exige aprendizado e estudo continuado.

8. O aconselhamento pastoral pode acontecer individualmente e em grupo. O aconselhamento pastoral em grupo pode ajudar na construção de um grupo saudável, tolerante, flexível, amoroso, perdoador, humilde, sábio etc. Quando o grupo não tem as marcas do Evangelho de Cristo, ele se torna castrador, mutilador, repressor, fonte de toda sorte de problemas mentais, emocionais, espirituais, sociais, educacionais, trabalhistas e físicos.

9. O aconselhamento pastoral contempla as mais diferentes faixas etárias, não discrimina o sexo, nem a condição econômica e/ou social das pessoas.

10. O aconselhamento pastoral pode acontecer nos mais diferentes lugares: gabinete pastoral; púlpito; visitas no lar; hospital; trabalho; escola; acampamentos; retiros; etc.

11. O aconselhamento pastoral pressupõe a capacidade do conselheiro lidar com os mais diferentes conflitos/problemas pessoais, interpessoais, familiares, financeiros, de enfermidades físicas, emocionais, psicológicas, psiquiátricas, médicas em geral e questões espirituais.

12. O aconselhamento pastoral requer humildade para reconhecer os seus limites e encaminhar a pessoa (ou pessoas) para um especialista indicado.

13. O aconselhamento pastoral pode começar de maneira simples e depois se revelar altamente complexo por causa da descoberta da fonte (razão) da dor, da tristeza, do tédio, da falta de propósito, enfim, do problema. A verdadeira origem do problema pode estar reprimida, escondida, oculta em um hábito, comportamento, roupa, vocabulários, etc. O sentimento (emoção ou pensamento) não expresso por causa de opressão, medo ou vergonha, não morre; pode ter sido enterrado vivo, mas encontra-se ativo no subconsciente. Ele se expressa sempre insconscientemente, às vezes camuflado em um excesso ou em alguma esquisitice.

14. O aconselhamento pastoral reconhece sua relevância na vida de cada pessoa, família, igreja, sociedade como um todo. O conselheiro precisa reconhecer a relevância de seu trabalho de aconselhamento para fazê-lo bem, com fé, esperança e amor.

15. O aconselhamento pastoral não é dar sermão ou reduzir a solução de tudo a uma oração ou citação de um versículo bíblico. O aconselhamento pastoral deve e pode ser simples, mas não simplista/simplório. O simples procura resolver o problema de maneira pura, calma, paciente. O simplista (ou simplório) evita o problema e quando o enfrenta é de modo superficial. O aconselhamento pastoral não é ameaças e/ou advertências como um policial ou juiz, tratando o seu paciente como um tolo ou bobo.

16. O aconselhamento pastoral busca libertar as pessoas de seus lugares de vício, crenças erradas, desesperança, incredulidade em Deus, no próximo e em si mesmas.

17. O aconselhamento pastoral pode ser centrado no conselheiro, centrado no paciente, diretivo, não diretivo, centrado nos ensinos bíblicos, ou uma combinação de alguns desses métodos mencionados ou de todos eles. Há momentos no aconselhamento em que o paciente é o centro. Por exemplo: quando ele está falando sobre si, sobre sua dor, seu problema. Há momentos em que o conselheiro precisa ser o centro. Por exemplo: quando o paciente estiver sem condições de se conduzir emocionalmente, mentalmente ou espiritualmente; podendo colocar em risco sua própria vida ou a vida de outras pessoas; etc.

18. O aconselhamento pastoral é feito por um homem ou mulher que crê no Senhor Jesus Cristo como seu salvador e mestre, que o segue e o ama de todo o seu coração e entendimento.

19. O aconselhamento pastoral existe para ajudar as pessoas que estão perdidas, traumatizadas, feridas a serem restauradas, curadas emocionalmente, mentalmente, espiritualmente, e isso demanda tempo, paciência, perseverança, cuidado, conhecimento e amor.

20. O aconselhamento pastoral é o horário e local específicos de encontro onde uma pessoa ajuda outra necessitada. O aconselhamento pastoral emana do cuidado com o outro em nome, amor e poder do Senhor.

21. O aconselhamento pastoral é especifico, trata dos problemas e necessidades individuais, por meio da comunicação, do diálogo, da conversa, da capacidade de ouvir e falar; onde o conselheiro e a pessoa aconselhada precisam de habilidade, paciência e perseverança para entender os problemas e encontrar as suas verdadeiras causas.

22. O aconselhamento pastoral para ter êxito depende muito do conselheiro e não apenas da pessoa que está sendo aconselhada. Em Gálatas 6:1, o apóstolo Paulo disse que o conselheiro que está ajudando alguém, precisa ser espiritual e cuidar da pessoa necessitada com mansidão, e não esquecer de cuidar de si mesmo. Um conselheiro doente precisa de se tratar também.

23. O aconselhamento pastoral exige que o conselheiro seja como um pastor que guia, cuida, alimenta e protege a sua ovelha (Sl. 23).

24. Aconselhamento pastoral é ministrar as pessoas que passam por problemas familiares, enfermidade, incapacitação física, moral e espiritual, crises financeiras, luto, privações, etc.

25. Aconselhamento pastoral tem, em síntese, o propósito de: dar suporte; consolo; direção; restauração/cura; reconciliação com Deus, com o próximo e consigo mesmo; etc.

26. O aconselhamento pastoral faz da Igreja uma estação de salva-vidas; um hospital; uma escola.

27. O aconselhamento pastoral tem os valores do Reino de Deus, revelados na Palavra de Deus e na pessoa do Senhor Jesus Cristo, como base de sua expressão, como fonte de vida, de luz. Para tanto, o conselheiro precisa conhecer a Palavra de Deus, saber lê-la, interpretá-la e aplica-la sob a orientação do Espírito Santo do Senhor, que é o autor da Palavra (I Co. 2:11-16; II Tm. 3:14-16; II Pd. 1:21).

28. O aconselhamento pastoral requer um conselheiro que ame o ser humano, o seu paciente de maneira específica, sem discriminação, respeitosa; que ame a Deus e Sua Palavra; e que tenha o necessário conhecimento da Palavra e da pessoa humana (de sua alma – psique – de seu espírito, de seu corpo). Sem preparo, sem conhecimento, o conselheiro é um desastre, pode fazer muito mal ao seu paciente.

29. O aconselhamento pastoral buscar ajudar o paciente a se conhecer e a se entender; a se desenvolver; a mudar; a crescer; a se reconciliar com Deus, com o próximo e consigo mesmo.

30. O aconselhamento pastoral requer ética por parte do conselheiro: 1. Ele não pratica o assédio sexual; 2. Ele não fala mal de seu paciente; 3. Ele não manipula o seu paciente, roubando dele sua autonomia, seu livre arbítrio; 4. Ele não abusa/humilha seu paciente verbalmente, emocionalmente, etc.