Uma Breve Introdução ao Livro do Apocalipse

Data publicação 28/07/2022

 

Uma breve introdução ao Livro do Apocalipse

Pastor Washington Roberto Nascimento

Há muitos crentes que se recusam a ler o livro do Apocalipse por considerá-lo muito misterioso e muito difícil de ser entendido. A despeito de toda a reclamação, este livro foi escrito para ser lido e entendido pelo povo de Deus.

Como o tema do livro diz respeito ao triunfo de Jesus Cristo contra todos os poderes do mal, compreende-se porque Satanás luta para manter as pessoas distantes da leitura e compreensão desta obra.

Ἀποκάλυψις é a primeira palavra deste livro e ela significa: descobrir, mostrar, revelar aquilo que muitos não conseguem ver.

As três primeiras palavras deste livro são: Ἀποκάλυψις Ἰησοῦ Χριστοῦ - Apocalipse de Jesus Cristo. Isto é: vem de Jesus e pertence a Jesus.

É por isso que podemos dizer que  o que nós vemos neste livro nos foi revelado por Jesus. E eis o seu conteúdo: 1. O reino deste mundo será vencido e será declarado o Reino do Senhor sobre tudo e todos; Satanás/o Diabo será vencido (Ap. 12; 20); a besta/o Anticristo e o falso profeta serão vencidos (Ap.13; 19); nós seremos vitoriosos porque Jesus Cristo é vencedor. 2. Há dois mundos: o mundo físico e o mundo espiritual; o mundo temporal e o mundo eterno; a vida terrena e a vida celestial. Há pessoas que só veem o mundo físico e só vivem no mundo físico.

Este livro tem como propósito ajudar os crentes desde o Primeiro século da era Cristã até hoje, a entenderem o agir de Deus ao longo da história até o seu final, a sua consumação. Precisamos estudá-lo com muita oração, cuidado e humildade.

O autor deste livro é Deus e seu Filho, Jesus Cristo; João, o apóstolo, foi o seu escritor (Ap. 1:1, 4, 9 e 22:6). Este livro é sobre Jesus, vem de Jesus e pertence a Jesus. Nele nós encontramos os atributos de Deus empregados para descrever Jesus. Há uma perfeita unidade entre Jesus e o Pai, como, aliás, nós encontramos no Evangelho de João (Ap. 5:13; Jo. 14:9-11). Jesus é o Alfa e o Ômega, o Começo e o Fim, o Primeiro e o Último, exatamente como o Senhor Deus, o Pai, no Antigo Testamento (Is. 44:6; 48:12; Ap. 1:8, 17, 18; 21:6-7; 22:13). Ele, Jesus, é o que era, o que é e o que há de vir, o Todo-Poderoso, o El-Shadai - אֲנִי־אֵ֣ל שַׁדַּ֔י - אני־אל שדי - Παντοκράτωρ  (Gn.17:1; primeira ocorrência na Bíblia; 28:3; 35:11; 43:14; 48:3). Este começa com Jesus falando e termina com Jesus falando: Eu sou o alfa e o ômega, o princípio e o fim (Ap. 1:8; 22:13). Este começa e termina com uma promessa de bênção, de felicidade (Ap. 1:3; 22:7e 14).

Todo o livro de Apocalipse aponta para o Antigo Testamento. O escritor faz inúmeras alusões, referências ao Antigo Testamento. Jesus como leão da tribo de Judá, a raiz de Davi (Gn. 49:8-10; Is. 11:1 e 10; Am. 3:8; Ap. 5:5; 22:16); o Jardim de Deus com novo céu e nova terra, novo rio e nova árvore (Gn. 1; 2; 3; Apc. 21; 22); as pragas (Êx. 1 a 12; Ap. 6 a 18); a marca de Deus para proteger o seu povo e o censo do povo do Senhor (Nm. 1:2, 46; 26:2, 51; Ez. 9:4; Ap.  7:3-8); Jesus como o primogênito de Deus Pai, o mais elevado entre os reis da terra (Sl. 89:21; Ap. 1:5); Jesus, como o Filho do Homem, vindo com as nuvens do céu, seu reino será eterno, e olharão para aquele a quem traspassaram (Dn. 7:13-14; Zc. 12:10; Ap. 1:5-7); os quatro animais com rosto de leão, de boi, de águia e de homem (Ez. 1:5-10; Ap. 5:6-8; 19:4); etc.

O Apocalipse tem como escritor, João, o apóstolo, que se apresenta aqui simplesmente como João e como servo de Deus e de Jesus Cristo, e como companheiro dos crentes na tribulação, no reino e na perseverança em Jesus, isto é, na fé em Jesus. Um pai da Igreja, Flávio Justino Mártir, que nasceu por volta do ano 100 e morreu em 165 d. C., escreveu defendendo a autoria do apóstolo João do livro do Apocalipse. Tertuliano, outro importante teólogo da Igreja de Cristo no II século d. C, também defendeu a autoria do apóstolo João para o apocalipse entre outros.

Este livro do Apocalipse está repleto de referências, alusões, símbolos do Antigo Testamento, embora não tenha citações literais de textos do Antigo Testamento. Mas, as referências indiretas são inúmeras: o mar, as pragas, os sinais, etc. Os livros do Êxodo, Ezequiel, Daniel, Zacarias etc, estão aqui de maneira indireta. O Apóstolo João fez uso de todo esse material do Antigo Testamento, de toda aquela revelação para, com base na orientação de Deus, de Jesus, do Espírito, transmitir a mensagem do Senhor para a sua Igreja perseguida, maltratada, martirizada. 

O Apóstolo João chama o livro que ele escreve, dado por Deus, como profecia (Ap. 1:3; 22:7, 10, 18, 19). Trata-se, portanto, de uma literatura apocalíptica, isto é, rica em símbolos, em linguagem figurada e, também, trata-se, ao mesmo tempo, de uma literatura profética.

Este livro foi o último a ser escrito entre os 27 livros do Novo Testamento. Tudo indica que ele foi escrito durante o período do Imperador Domiciano (81-96 d. C) e tal data tem sido proposta desde o século II pelos pais da Igreja, a começar com Irineu, depois Eusébio e até mesmo o grande tradutor da Bíblia para o latim, Jerônimo.

Esta revelação foi dada ao apóstolo João no exílio, na Ilha de Patmos, mas a escritura da revelação aconteceu depois da libertação do apóstolo. Os relâmpagos, os trovões, o mar, entre outras coisas mencionadas neste livro, testemunham em favor do lugar onde João estava, a Ilha de Patmos, ao receber esta Revelação, este Apocalipse de Jesus Cristo. A revelação de Deus sempre ocorre num contexto histórico e geográfico concreto. Este livro da Bíblia, bem como todos os outros, mesmo tendo aplicações para todos os crentes em todos os lugares e em qualquer tempo, este livro e os outros precisam ser interpretados, em primeiro lugar, à luz de seu tempo, de seus primeiros destinatários.

O livro do Apocalipse foi escrito para as Igreja que se localizavam em uma província romana na Ásia, hoje esse território encontra-se na Turquia. Essas Igrejas estão mencionadas nos capítulos 2 e 3. Elas estiveram sob o pastorado do apóstolo João. E, certamente, os ensinos ministrados a elas, servem, também, para nós ainda hoje. Os capítulos 1, 2 e 3 de Apocalipse formam uma unidade literária. Eles estão intimamente relacionados.

As Igrejas de Cristo sofriam grande perseguição dos judeus, por causa da separação entre cristianismo e judaísmo, Igreja e Sinagoga; e por parte do Império Romano, quando os imperadores eram chamados de Senhor, e os cristãos usavam este título – Senhor – κύριος – apenas para Jesus Cristo.

O propósito do livro de Apocalipse é apresentar a soberania de Deus sobre todos e tudo que há no céu e na terra. Coisa alguma encontra-se fora de seu controle. O que Deus está nos dizendo através deste livro, e para todos os seus servos que estejam sofrendo ou não, é o seguinte: Eu sei o que está acontecendo. Eu tenho o controle da situação. Tudo isso vai passar. A vitória é do meu Reino. O reino de satanás e deste mundo que se encontra no maligno, tudo isso vai acabar, será derrotado.

Neste livro do Apocalipse os números são muito importantes e entre tantos, podemos destacar o número 7.  Há 7 bem aventuranças (Ap. 1:3; 14:13; 16:15; 19:9; 20:6; 22:7; 22:14). Apocalipse começa com uma bem aventura e termina com uma bem aventurança. Este é um livro que fala de bênçãos, de felicidade.

Há 7 igrejas com virtudes e falhas (Ap. 2; 3). As 7 Igrejas são chamadas, também, de 7 candeeiros de ouro e Jesus anda no meio das Igrejas, e na mão direita de Jesus há 7 estrelas que são os pastores (Ap. 1:12-20; 2:1). A ideia das Igrejas serem descritas como candeeiros aponta para a missão da Igreja: ser luz, iluminar o mundo. Jesus disse que os seus discípulos são luz do mundo (Mt. 5:14). Jesus é luz e por isso nós, seguidores de Jesus, precisamos, também, ser luz (Jo. 8:12). Isso faz-nos lembrar do povo de Deus no Antigo e da menorá (Êx. 25:31-40; Hb. 9:2; Ap. 1:20). Na verdade, a Igreja de Cristo, à luz do Novo Testamento, tem a missão de Deus de ser o povo santo, os sacerdotes de Deus, uma bênção para todos os povos da terra (Êx. 19:6; Ap. 1:6).

Os pastores das Igrejas de Cristo são chamados de anjos, mensageiros, isto é, aqueles que levam uma mensagem de Deus para o mundo. Esta é a ideia da palavra no original grego e hebraico. O apocalipse foi escrito em grego, mas o seu escritor tinha como língua materna o hebraico - ἄγγελος. Esta palavra no hebraico é  מַלְאָך  -  (lê-se: mal`arr)

Há 7 selos (Ap. Ap. 6; 7). Os selos apontam para o grande drama apocalíptico. Os selos são abertos revelando tudo o que deve acontecer. Há sete Trombetas (Ap. 8). As trombetas soam anunciando o juízo de Deus. Há, também, as Sete Taças (Ap. 15; 16). Elas estão cheias de juízo e julgamento contra os ímpios. Elas, as taças, encontram-se na mesma linha dos selos e das trombetas. São abordagens diferente sobre o mesmo evento: o juízo de Deus.

Há, também, os 7 Espíritos de Deus (Ap. 1:4; 3:1; 4:5; 5:6) que apontam para a perfeição do Espírito de Deus, do Espírito Santo. Há, também, os 7 trovões (Ap. 10:3). Os 7 reis (Ap. 17:9). As 7 pragas ou flagelos (Ap. 21:9). Há animais com 7 chifres, 7 cabeças, 7 olhos e 7 diademas (Ap. 5:6; 12:3; 13:1; 17:7). Quanta riqueza em símbolos e figura de linguagem!

Bem aventurado significa: feliz, abençoado. Este livro fala da felicidade, da bênção que os crentes têm em Deus, em Jesus Cristo. Há pessoas que ignoram que o livro do Apocalipse ensina sobre a felicidade, uma vida de bênção.  E, é interessante observar que entre essas bem-aventuranças, a primeira é única na Bíblia. É a única promessa de bem-aventurança pelo simples fato de ler e ouvir a Palavra de Deus (Ap. 1:3). É digno, também, de nota única na Bíblia de aviso de uma terrível maldição para a pessoa que adulterar as palavras deste livro (Ap. 22:18-19).

As cartas, as mensagens de Deus, para as 7 Igrejas têm, pelo menos, quatro possibilidades de interpretação.

A primeira maneira de interpretação das 7 Igrejas considera os cristãos do primeiro século e seu contexto histórico como cruciais. A mensagem do Apocalipse tinha como primeiro propósito alcançar aqueles crentes que viviam em um tempo de grande perseguição, sofrimento, morte, que estavam recebendo a mensagem de Jesus Cristo no primeiro século da Era Cristã.

A segunda maneira de interpretação das 7 Igrejas considera cada igreja relacionada a um período da história. Trata-se da visão histórico-profética das igrejas do apocalipse.

1. Éfeso representa a Igreja Apostólica – 30-100 – AD – Ap. 2:1-7. A igreja tinha doutrina.

2. Esmirna representa a Igreja Perseguida – 100-313 – AD Ap. 2:8-11.

3. Pérgamo representa a Igreja do Império (Estado) – 313-590 – AD. Ap. 12-17.

4. Tiatira representa a Igreja Papal – 590-1517 AD. Ap. 2:18-29.

5. Sardis representa a Igreja Reformada – 1517-1730 -AD. Ap. 3:1-6.

6. Filadelfia representa a Igreja Missionária – 1730-1900 – AD. Ap. 3:7-13.

7. Laodiceia representa a Igreja Apostata – 1900 até a volta de Jesus. Ap. 3:14-22.

A terceira maneira de interpretação das 7 Igrejas, as considera como espelhos, onde todas as Igrejas de todos os tempos e lugares podem olhar e ver nelas as virtudes e falhas.

A quarta e última maneira de interpretar (que apresentamos aqui) as 7 Igrejas do Apocalipse têm a ver com a estrutura literária. Todas elas começam e terminam da mesma maneira:

1. Ao anjo da Igreja/Quem tem ouvidos, ouça.

2. Em todas as cartas, Jesus diz para a sua Igreja: Eu conheço você.

Em termos gerais, podemos dizer que a mensagem de Jesus para as suas Igrejas (Ap. 2:1-3:22) tem a seguinte estrutura:

1. Destinatário/O anjo da Igreja/O mensageiro/O pastor.

2. Palavra de Auto apresentação/remetente/Jesus.

3. Palavra de apreciação/louvor.

4. Palavra de repreensão.

5. Palavra de orientação/conselho.

6. Palavra de promessa.

Todas elas começam com a indicação do destinatário: Ao anjo da Igreja - Τῷ ἀγγέλῳ que vem de ἄγγελος. Esta palavra no hebraico é  מַלְאָך – (lê-se: mal`arr). Esta é uma palavra muito comum no texto original do Antigo Testamento que fala não apenas de um ser celeste, mas de um mensageiro de Deus. A ideia é que este pastor, este anjo, este mensageiro é a boca de Deus e está submisso a Deus apenas para realizar a sua missão dada pelo Senhor. 2. Em segundo lugar temos uma descrição de Jesus, o remetente, o autor da carta, do apocalipse, da mensagem. Tal descrição de Jesus encontra-se, também no capítulo 1. As palavras usadas para descreverem a pessoa de Jesus revelam a sua divindade, o seu poder, a sua graça.

O número 12 e alguns de seus múltiplos são, também, muito significativos no livro do Apocalipse. Nas visões de João, ele viu 24 tronos ao redor do trono do Senhor (Ap. 4).

Neste Livro do Apocalipse, temos, também, outros números. O número 666, que fala da besta, o número 1000, que fala do milênio e outros números. O reinado de mil anos com Cristo (Ap. 20:1-15) é simbólico. Não parece correto atribuir a Jesus uma estrutura social e política aqui na terra. “O meu reino não é deste mundo”, disse Jesus (João 18:36). O número mil é simbólico. Significa um longo período, um tempo indeterminado. Os 1000 anos em Apocalipse capítulo 20 é apenas uma maneira de sublinhar a vitória de nosso Deus.

As duas testemunhas em Apocalipse capítulo 11 lembram Moisés e Elias. Dois é um número de força, de união. É melhor serem dois do que um (Ec. 4:9-10). Jesus enviou os seus discípulos de dois em dois (Lc. 10:1). O número dois fala do testemunho da Lei e dos Profetas. Aponta para o testemunho de Deus, de seus servos em momento de crise. O que se destaca é o poder de Deus, de Sua Igreja. A Bíblia da Igreja Primitiva era o Antigo Testamento: a Lei e os Profetas. O testemunho da Igreja era poderoso, forte.

O número da besta, 666 (Apocalipse 13:18), significa um número mau. 6 é quase 7, o número da perfeição. O número 6 repetido três vezes significava algo muito desagradável, terrível, brutal. Parece que o escritor bíblico atribuía este número ao Imperador Romano, Domiciano, que era um monstro para praticar o mal. Ao longo da história já se aplicou este número a Hitler, ao Papa, ao comunismo e assim por diante.

Os números não devem ser entendidos literalmente em uma literatura apocalítica. Temos muitas coisas simbólicas neste livro: números, animais, o mar, relâmpagos, etc, etc. Os sentidos são figurados.

Este livro nos mostra como Satanás é um imitador vil, ignóbil, baixo, perverso. A Bíblia fala da trindade santa: Deus, o Pai; o Filho, Jesus Cristo que faz a vontade do Pai, e o Espírito que convence o mundo do pecado e da necessidade de Jesus como Salvador e do culto verdadeiro ao único Deus, o Senhor. Aqui no Apocalipse nós temos a fake trindade: O dragão, Satanás, o Anticristo, que trabalha em favor de Satanás, e o falso profeta que tentam convencer o mundo inteiro a servir o anticristo e a satanás (Ap. 12; 13). Jesus tem a sua noiva, mas Satanás a sua prostituta (Ap. 17; 21).

A futilidade de Satanás na sua luta contra Deus encontra-se clara no livro do Apocalipse. Ele é uma grande paródia do Senhor. Trata-se de uma imitação ridícula, grotesca de Deus, quando se tem consciência da Perenidade e Verdade do Senhor. Satanás é também conhecido como o Diabo. Ele não é o todo poderoso. O Diabo é literalmente o grande enganador, difamador, caluniador. Satanás é literalmente o adversário, o opositor – este é, na verdade o significado de Satanás. A Bíblia, a Palavra de Deus, o desmascara. Mostra toda sua falsidade, mentira, fracasso, derrota diante do Senhor. Não nos enganemos.

Assim como Deus marca o seu povo como sinal de proteção, Satanás marca os seus com o seu sinal, também (Ap. 7; 13:16-18).

O livro do Apocalipse tem quatro partes bem delimitadas pela expressão: Achei-me em espírito ou fui levado/transportado em espírito (Ap. 1:10; 4:2; 17:3; 21:10).

Este livro tem um grego em termos de gramática e vocabulário bem diferente do Evangelho de João e das 3 cartas. Por causa disso, este livro teve muitos problemas para se considerado canônico. No Concílio de Laodiceia em 360 d. C; ele ficou de fora, mas no Concílio de Cartago em 397 d. C, ele foi considerado canônico. Os erros de vocabulário e gramática podem ser atribuídos aos secretários do apóstolo João que possivelmente foram usados para escrever esta hora já bem próximo da morte do apóstolo.

Este livro, como toda a Bíblia, trata da vitória de Deus, de Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo que com o Seu sangue nos libertou (Ap. 1:5), no comprou (Ap. 5:9; I Pd. 1:18-19); nos deu vitória (Ap. 12:11), e nos lavou (Ap. 22:14), por isso somos abençoados e felizes, temos fé e esperança naquele que é o Senhor de tudo e todos e que tem tudo sob seu controle. Tudo isso que Jesus fez foi por causa de seu amor - ἀγάπη que é o substantivo, e: ἀγαπάω, que é o verbo. Deus é amor  -  ὁ Θεὸς ἀγάπη ἐστίν -(I Jo. 4:8). Jesus é amor. O amor de Jesus liberta – λύω -  (lê-se: lúo) - quebra os grilhões, as cadeias  (Ap. 1:5).

No final do livro de Apocalipse, capítulos 21 e 22, nós temos as coisas novas em comparação com as coisas velhas do Pentateuco e de todo o Antigo Testamento: 1. O novo céu. 2. A nova terra. 3. Nova Jerusalém. 4. Um Novo Rio. 5. Uma Nova Árvore. 6. Um Novo Tempo. Será um tempo só de bênção para o povo de Deus. O final deste livro faz-nos lembrar o início da Bíblia, o Livro de Gênesis com seu rio, árvore, etc. Ele livro faz-nos lembrar, também, o livro do Êxodo das pragas, do cordeiro, do mar, etc. Aqui, em Apocalipse, somos informados que o mar já não existe, a ideia é que não há mais separação. João, o escritor, estava separado de sua igreja, de seus irmãos, da família de Deus, estava em uma ilha, e as águas em volta da ilha, o mar estava ali. Agora, ele escreve dizendo: o mar já não existe. No novo céu e na nova terra, não há separação, estaremos juntos para sempre com Deus, com Jesus Cristo e com toda a família do Senhor.

Gostaria de terminar este livro dizendo que o seu principal objeto, personagem, tema é Jesus. Não podemos esquecer isso: 1. Os capítulos 1, 2 e 3 mostram Jesus com os anjos da Igreja em sua mão direita e ele, Jesus, caminha no meio de sua igreja. Tudo se encontra sob o seu controle.

2. Capítulo 4 e 5, Jesus está no Céu, ele está não apenas na terra, ele está, também, no céu que é chamado de o Leão da Tribo de Judá e de o Cordeiro de Deus que foi morto, mas agora está vivo, e recebe louvor, honra e glória.

3. Os capítulos de 6 a 18, Jesus é apresentado como o Justo Juiz, temos os 7 selos, as 7 trombetas, as 7 pragas, tudo isso com diferentes abordagens da mesma coisa: o juízo de Deus.

4. O capítulo 19 apresenta Jesus em sua volta, compreenderemos de forma definita e clara que Ele reina, ele é o vencedor de tudo e todos e nós, juntamente com ele, somos vencedores em Cristo e com Cristo, então daremos amém e aleluia repetidas vezes em honra ao verbo de Deus (Ap. 19:13), ao Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap. 19:16).

5. No capítulo 20, temos Jesus derrotando para sempre Satanás, conhecido também como o Diabo.  Esta é uma das razões porque Satanás não quer que as pessoas estudem este livro, pois aqui tem a vitória de Deus e a derrota do Diabo.

6. Nos capítulos 21 e 22, temos Jesus em perfeita harmonia com o Pai e com a sua Igreja. Nestes dois últimos capítulos de Apocalipse, da Bíblia, nós temos novo céu e nova terra, nós temos as coisas novas em comparação com as coisas velhas do Pentateuco e de todo o Antigo Testamento, tudo por causa de Jesus Cristo, pois nele todas as coisas são novas, incluindo você e eu.

Ele livro fala de Jesus, de suas promessas, de suas bênçãos e da felicidade que podemos ter com ele, uma felicidade que começa no tempo e jamais termina, pois prossegue na eternidade.

A última bem aventurança encontra-se em Apocalipse 22:14, e diz que feliz é aquele que lava suas vestiduras no sangue do cordeiro. Esta declaração encontra-se ausente em alguns manuscritos, mas ela está presente nos manuscritos Códex Sinaítico (um pergaminho em grego uncial do século IV encontrado no monte Siani), Códex Alexandrino (um pergaminho em grego uncial do século V, encontrado na cidade de Alexandria, Egito), Vulgata, Sahidico, Cóptico e Etíope.

Em Apocalipse 1:17, Jesus disse para João, seu servo, não temas! Você não precisa ter medo do futuro desconhecido, pois você está nas mãos do Deus que você conhece.

Quando você conhece o Deus revelado em Apocalipse através de Jesus, o seu filho, você vai experimentar paz, esperança, conforto mesmo em meio ao sofrimento e a um futuro desconhecido. Preste atenção na presença de Deus, de Jesus ao longo deste livro e de sua vida, não permita que o Diabo, Satanás, a besta/o Anticristo, o falso profeta/a segunda besta tomem, roubem o seu foco, a sua atenção, os seus ouvidos. Olhe para Jesus, ouça Jesus, estenda a sua mão para ele. Ele está batendo a porta de seu coração, eu espero que você o ouça, abra a porta, o veja, e o convide para entrar em sua vida. Um forte abraço.